quinta-feira, 17 de março de 2011

ANTES DE SER MÃE (Silvia Schmidt)


Antes de ser mãe, eu fazia e comia
os alimentos ainda quentes.
Eu não tinha roupas manchadas,
tinha calmas conversas ao telefone. 


Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria, 
Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama. 
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes 

Antes de ser mãe,
eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos e
nem pensava em canções de ninar. 



Antes de ser mãe, eu não me preocupava:
Se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas então,
eram coisas em que eu não pensava.


Antes de ser mãe,
ninguém vomitou e nem fez xixi em mim,
Nem me beliscou sem nenhum cuidado,
com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe,
eu tinha controle sobre a minha mente,
Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos,
e dormia a noite toda.


Antes de ser mãe,eu nunca tive que
segurar uma criança chorando,
para que médicos pudessem fazer testes
ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos
olhos que choravam.
Nunca fiquei gloriosamente feliz
com uma simples risadinha.
Nem fiquei sentada horas e horas
olhando um bebê dormindo.


Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança,
só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar,
quando não pude estancar uma dor.
Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina,
pudesse mudar tanto a minha vida e
que pudesse amar alguém tanto assim.
E não sabia que eu adoraria ser mãe.


Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação,
de ter meu coração fora do meu próprio corpo.






Não conhecia a felicidade de
alimentar um bebê faminto.
Não conhecia esse laço que existe
entre a mãe e a sua criança.
E não imaginava que algo tão pequenino,
pudesse fazer-me sentir tão importante.


Antes de ser mãe, eu nunca me levantei
à noite toda , cada 10 minutos, para me
certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor,
a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter
sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus,
Por eu ser agora um alguém tão frágil
e tão forte ao mesmo tempo. 

Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe! 







quarta-feira, 16 de março de 2011

Desabafo sobre atitudes estranhas

Mais uma vez, algo machuca minha alma. Ver, ouvir e sentir alguém que vc tanto ama demonstrar que só precisa do seu conhecimento e criatividade é muito doloroso. Mais uma vez tenho que desabafar sobre as atitudes da minha mãe.
Essa é a D. Edna, minha mãe

Ela sempre foi uma mulher lutadora. Viveu durante 29 anos com meu pai, aos trancos e barrancos... Viveram.
Há cerca de 5 anos, os dois se separaram. Meu pai logo se engraçou com uma mulher, e está com ela até hoje. Minha mãe decidiu reviver e voltar a adolescência. Mudou o visual, aprendeu a mexer com computador, fez do celular seu melhor amigo. Não vive sem MSN e Orkut. E sem paquerar também.
Sempre dei a maior força para que ela se atualizasse, vivesse. Mas em um dado momento, ela decidiu que o melhor para a vida dela era o novo namorado... ou seja, eu já não valia mais nada para ela.
Vou contar a história toda, senão ninguém entende nada. Minha mãe sempre foi muito determinada, desde que me conheço por gente ela sonha em separar do meu pai. Ainda assim viveu por quase 3 décadas. Meu pai sempre foi um homem muito trabalhador e de muito caráter. O único defeito dele era a bebida e a ignorância.
Durante anos minha mãe trabalhou com o intuito de guardar dinheiro para comprar uma casa e largar dele. Esse sonho se concretizou em 2006 graças a ajuda dele (espante-se, mas é verdade) e do meu trabalho. Quase toda minha vida trabalhei com minha mãe em regime de "estou ajudando"... Quando entrei na faculdade, em 2001, meu salário pagava a mensalidade e o material que eu precisava. Quando me formei, em 2005, tentei um lugar ao sol no mercado de trabalho, já que minha mãe achava demais me registrar e/ou pagar um salário que eu merecia. Infelizmente nunca tive o apoio dela para crescer junto com a loja, mesmo sabendo que, como ela mesma diz: "isso aqui vai ser seu um dia". Sempre batalhei dentro daquele lugar com vontade de vencer, tanto é que ela juntou dinheiro para comprar e mobiliar um apartamento 3 dormitórios.

Eu me senti realizada... Achava que a felicidade da minha mãe seria a minha felicidade também. Achei que seríamos mais amigas, mais unidas, mas não foi o que aconteceu.

Meus pais se separaram depois de uma briga terrível e várias descobertas, entre elas a descoberta de uma traição que eu sabia o tempo todo, mas não tinha coragem de falar, ou era idiota demais para calar. A princípio, ficamos na casa de um irmão da minha mãe, até o dono do apartamento entregar as chaves a ela. Em agosto de 2006, finalmente, entramos no imóvel. Eu estava tão feliz!!! Achei que finalmente ia viver uma vida tranquila, pois eu tinha meu namorado (que hoje é meu marido) e achava que minha mãe pudesse ser mais minha amiga. Porém, não foi o que aconteceu.

Ela estava louca e perdidamente apaixonada por um indivíduo que não vale a pena nem comentar. Sempre que esse infeliz vinha passar a noite na casa dela (casa dela, porque nesses dias o ap não era meu), eu era convidada a ir dormir na casa do namorado. Isso me chateou, porque conversamos muito a respeito e eu havia pedido a ela que não trouxesse ninguém para "dormir" dentro da "nossa casa". Mas a resposta que ouvi foi simplesmente: "os incomodados que se mudem". E foi o que eu fiz. Me mudei, sem lenço, sem documento, sem rumo e sem esperança... Fui parar na casa do namorado, imaginando passar apenas alguns dias.

Depois de meses na casa dele, tentei uma reconciliação. Sem sucesso.
Era Páscoa, achei a época propícia para um pedido de perdão, mesmo sem saber se era eu quem tinha magoado ou sido magoada. A prepotência dela me humilhou mais uma vez, começando pela porta e fechadura do apartamento, que ela tinha trocado. Sem medir palavras, ela disse na frente da minha sogra: "estou muito bem sozinha, muuito feliz. Não preciso de ninguém junto comigo... estou vivendo muito bem e se vc quiser viver comigo, muita coisa vai ter que mudar". Essas palavras pra mim foram como uma foice na esperança que eu tinha de retomar uma vida normal.

Decidi permanecer na casa do namorado, até uma segunda tentativa... Só que minha idéia não foi uma das melhores.

Arrumei emprego, comecei a tocar a vida pra frente. Desde que meus pais se separaram, não tinha visto nem conversado com meu pai. E isso me fazia falta dia a dia. Um belo dia, ele me achou, deixou recado que queria me ver, que tinha saudade. Ganhei meu dia! Assim que pude, fui lá, vê-lo. Contei toda a verdade pra ele, de tudo o que aconteceu, de tudo o que passei, tudo o que sofri. Parece que tirei um peso enorme da minha alma, parece que voltei a respirar. Voltei a falar com meu pai e mesmo sem saber se é verdadeiro ou não (porque minha mãe sempre disse que ele é falso), me senti renovada.

Meu pai, sr. Roberto

Mesmo tendo o perdão do meu pai, ainda corria atrás da minha mãe. Fiz uma loucura imensa: mandei um e-mail para o programa da Márcia (creeedo), e, sem esperar, a produção me chamou e achei que fosse conseguir uma resposta positiva. Infelizmente e mais uma vez fui humilhada, agora para todo o Brasil. Minha avó lá no nordeste assistiu. Imagina a vergonha... me arrependi da hora que mandei o maldito e-mail. Depois daquilo, minha vontade era morreeeeer..

Passaram-se meses, mas ainda assim não conseguia ter ódio ou qualquer outro sentimento contrário por ela. No Natal, fiz questão de ir cumprimentá-la. Mas sem querer muita conversa... Sempre me esquivando dos comentários sarcásticos do ocorrido na tv.

O tempo passou e o meu relacionamento com ela foi sempre a distância. Até que eu engravidei. Tinha vontade de comer a comida que ela fazia, mas devido a tantos contratempos, o marido não gostava que eu ia na casa dela. Mas, grávida... sabe como é... Ela fez questão de comprar o enxoval da Vivi. Mas nunca foi aquele tipo de vó que senta no chão pra brincar com a única neta... Bem... nessa parte não vou entrar, porque não vale a pena.

Nesses últimos meses, ela precisava alugar um salão novo. Depois de 10 anos pagando aluguel, a proprietária não quis renovar o contrato com ela. Procurou, procurou e encontrou. Daí me chamou para "dar uma força". E já que estou desempregada, aceitei. Aceitei imaginando que ela mudou, que talvez valorizaria meu esforço (esforço porque sair de São Miguel Paulista para Sapopemba não é mole, ainda mais tendo uma filha de 2 aninhos que chora toda vez que vc precisa sair por muito tempo). Trabalhei. Só não fui no carnaval porque o marido quis ir viajar e nem sempre ele tira folga... Mesmo assim, me esforcei, dei o meu melhor pela loja, como sempre. E mais uma vez me feri.

Me feri porque se saí de casa para trabalhar, é porque preciso. Quando questionei o lado financeiro do trabalho ela simplesmente disse: "vc tem é que trabalhar de graça pra sua mãe, isso aqui é seu futuramente". Espera aí... Futuramente, certo? Tenho contas a pagar e não quero esperar que ela morra pra que eu possa ter alguma coisa, um trabalho ou algum dinheiro. Tenho uma filha pra criar, que meu marido (graças a Deus) não deixa faltar nada, mas mãe sempre gosta de comprar algo a "mais", que nem sempre o marido entende. Sou mulher, tenho minhas necessidades, de comprar uma make, uma bolsa, um sapato. O que eu queria que ela entendesse é que não quero nada a mais do que é fruto do meu trabalho. Pra vc ter uma idéia, no dia do meu aniversário eu fui trabalhar na loja. Quando fui embora, pedi o dinheiro da gasolina, R$20,00... adivinha quanto ela deu... VINTE REAIS!!! Nenhum a mais, nem a menos... Puxa vida, dia do meu aniversário, ela poderia fazer um agradinho, ou pelo menos demonstrar que estava feliz por mim e por eu me dispor de ir até a loja dela TRABALHAR... mas, as palavras que ouvi na segunda-feira (14/3) foram: "vc não faz mais que obrigação, tá querendo ganhar muito"...

Sabe, voltei pra casa desorientada, acabada, estraçalhada por essas atitudes que magoam. E essa é só uma parte da história cheia de tristezas desse relacionamento tão infeliz entre mãe e filha.


Mais um desabafo...
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terça-feira, 15 de março de 2011

O inferno astral passou...

Pois é, no último sábado, foi meu aniversário. Foi uma data que eu não esperava passar, pois há 10 anos atrás eu tinha feito um pedido meio macabro: queria morrer aos 27 anos. E durante esse último ano, esse desejo me perseguiu, dia-a-dia.

O que me deixa mais feliz é que esse inferno astral passou...

Curti meu ano novo da melhor maneira. Meu marido fez o que pôde para me deixar feliz, me presenteou com flores e me levou pra balada... Conheci gente nova, fiz novas amigas, dancei muuuuuito. Graças a Deus não morri aos 27 anos... Tenho que viver muito pra cuidar da minha princesinha e do meu marido, porque eles são realmente o que importam agora.

Flores do maridão!!!

Antes de entrar na balada.


Novas amigas!!! 


Obrigada por todas as mensagens de carinho que recebi, por e-mail, orkut, facebook, msn... Descobri que tenho amigos de verdade, que se lembram de mim, mesmo que virtualmente... 

Beijinhos!!!