quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Capítulo 2 - Amigos

Bem, esse é o capítulo mais delicado da minha vida. Sempre sofri um tipo de preconceito, pois sempre fui magrinha e "moreninha"... Na escola, por ser uma criança hiperativa, nunca me adequei ao modelo de menina tradicional. Sempre gostei de jogar bola, brincar de pega pega... tipo coisas de menino... Tinha tantos apelidos idiotas... do tipo "maria-homem", "macaca", entre outros que nem vale a pena lembrar. São apelidos que judiam demais da mente de uma criança.
Mesmo assim, segui meu caminho, meio que sem amigos. Isolada, quase sempre só tinha a companhia de alguns colegas, sempre meninos. Minha mãe chegava a ser chamada na escola, porque a professora achava muito estranho o meu comportamento. Mas não era nada de anormal.
Minha professora da 1ªsérie, Maria Junko

Os anos passaram, e a minha vida continuou a mesma. Filha única, sempre morei em casa com poucos vizinhos, ou nenhum. Os poucos que tinham normalmente eram de mais idade, quase sempre sem crianças. Minhas amizades de escola sempre eram baseadas em interesse, pois eu sempre fui muito boa aluna (modéstia a parte). E vendo por esse lado, tentava sempre me manter afastada de todos.

Com isso fui crescendo. Algumas pessoas fizeram história na minha vida e percebi que a amizade delas era realmente sincera. Mesmo assim, o tempo se encarregou de levá-las pra longe de mim. As tão sonhadas amigas, que todas as meninas da minha idade tinham, eu não tinha. Tinha algumas coleguinhas...

meu aniversário de 15 anos: a direita, minha mãe, no centro, a Tchelita (Gracielly) que era colega "de trabalho", do meu lado uma menina que fez história na minha vida, a minha amiga Tânia

Vc deve estar pensando, depois de ver a foto... e a Tânia, não era a sua amiga?? Ainda é, apesar da distância, considero essa menina demais.

Nossa... Tenho tanto pra escrever, mas o sono tá batendo. Vou ficando por aqui, mas logo escrevo mais...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Revivendo o passado - o início

Engraçado que ao longo desses dias estive refletindo sobre meus 27 anos de vida. Vida essa que, sinceramente, não foi tão fácil como muitos pensam.

Vou tentar contar um pouco da minha vida nos próximos dias. Alguns fatos, tenho certeza, que podem fazer alguém chorar ou morrer de rir. E, se eu lembrar, vou citar música (s) que marcaram o momento.

Agora é bom dar início a sessão flash back.

Capítulo 1 - Eu mesma...
Nasci no dia 12 de março de 1983. Era sábado, feriado em Olinda e Recife. Mas era aqui em Sampa City, cidade da garoa que eu nascia. Nascia meio que sem esperança, mesmo tão pequena, já me sentindo rejeitada.
Para muitos que não sabem, sou filha adotiva. Meus pais me conheceram quando eu tinha 3 meses de vida, porque a mãe que me trouxe ao mundo não tinha condições de cuidar de outra criança (ela já tinha uma filha).

Cresci já sabendo dessa verdade. Aos 12 anos, meus pais foram ao Juizado de Menores para efetivar a adoção, onde ganhei o sobrenome que tenho hoje. Engraçado é como a mente e a alma humana são frágeis. Digo isso porque cresci conhecendo a verdade sobre minha existência mas jamais me conformei com isso.
Também nunca escondi minha condição. Já sofri leves preconceitos, mas tenho a mente resolvida e agradecida pela segunda chance que tive. Ao ver as notícias de mulheres sem coração que abandonam a própria sorte suas crias, dou graças a Deus pela sorte que tive.

Ah...! Essas coisas me deixam com o coração partido. Vou parando por aqui, pois nesse momento não tenho condições de continuar... Mas deixo uma foto que tirei no EMEI (pré escola), para o Natal. É uma das fotos preferidas da minha mãe.


Beijos...